De tempos em tempos surgem novas denuncias que desmascaram um esquema fraudulento comumente usado em nosso país: A fraude em concursos públicos.
Esse tipo de crime, que em sua grande maioria é praticado em concursos municipais, afeta toda a sociedade e não apenas os concorrentes a uma vaga no setor público, eis que muitas vezes o candidato favorecido no esquema geralmente não é o mais qualificado. Recentemente, diversos concursos públicos realizados por municípios do Estado do Rio Grande do Sul estão sob investigação, nos quais pessoas abruptamente favorecidas, geralmente familiares próximos dos gestores, seja na esfera executiva ou legislativa, são nomeados para um cargo público.
O esquema funciona de diversas maneiras, desde a troca de cartões respostas, os quais são preenchidos anteriormente e substituídos quando da correção, até a venda de gabaritos aos pretensos candidatos. Em muitas dessas ocasiões, para que não fique muito “visível” o esquema, o candidato escolhido não fica nas primeiras colocações, mas geralmente entre os dez primeiros, sendo que os primeiros colocados são convocados e, por diversos motivos, não são encontrados ou assumem por algum tempo, até que chegue a vez do candidato escolhido.
Quem pratica esse tipo de ilícito comete crimes de frustração do caráter competitivo, formação de quadrilha, falsidade ideológica e corrupção ativa e passiva, cujas penas podem ultrapassar 10 anos de prisão. E para que fatos como estes não continuem a acontecer, é dever de toda a sociedade, além das autoridades competentes, fiscalizar todos os tramites inerentes à realização, correção, validade e nomeação de novos servidores públicos, pois quem sai prejudicado é a própria sociedade e o contribuinte.